terça-feira, 9 de março de 2010

NÃO JUSTIFIQUE O INJUSTIFICAVÉL


Davi mandou o mensageiro dizer a Joabe: “Não fique preocupado com isso, pois a espada não escolhe a quem devorar. Reforce o ataque à cidade até destruí-la.” E ainda insistiu com o mensageiro que encorajasse Joabe.
[...] Mas o que Davi fez desagradou ao Senhor.2 Samuel 11:25-26

Muitos já ouviram ou leram a história de Davi e seu servo Urias, o hitita. Davi, no lugar errado, na hora errada, deixando de cumprir o papel que lhe era outorgado como rei, fica em Jerusalém pra descansar em seu palácio justamente no período em que, segundo a Bíblia, “os reis saíam para guerra”.

Era primavera. Enquanto soldados israelitas comandados por Joabe, o chefe do Exército, lutavam e derramavam suas vidas pelo reino, Davi, numa cidade praticamente ausente de homens, do terraço de seu palácio “admirava as flores” e se deliciava em suas férias fora de época.

Diz a Bíblia que numa tarde o rei levantou-se de sua cama e foi passear pelo terraço de seu palácio. Em meio ao seu ócio improdutivo, Davi enxergou uma mulher muito bela tomando banho e mandou alguém procurar saber quem era. O enviado (ou enviada) logo trouxe a informação precisa que o rei solicitara: “É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o hitita”.

Davi “não satisfeito” com o fato de estar cobiçando a mulher do próximo (ou especificamente, a mulher do vizinho), ordena que a trouxessem a ele pra que com ela se deitasse. E assim foi feito, infelizmente!

O resultado: dias depois Davi recebe um recado de Bate-Seba informando-o que está grávida.

Deste ponto em diante inicia-se a trágica tentativa de Davi de justificar o injustificável.


O ponto de partida se dá no versículo 6 do capítulo 11, onde se registra que Davi mandou chamar Urias. E, é claro, o capitão do Exército obedeceu.

Após a chegada de Urias em Jerusalém o rei tenta convencê-lo a descansar um pouco e desfrutar de momentos com sua mulher. Ou seja, Davi queria criar um álibi para a “gravidez indesejada”, pois se seu servo Urias se deitasse com Bate-Seba certamente não desconfiaria de uma gestação posterior.

O plano era maléfico, entretanto aos olhos do rei era perfeito. Nada podia dar errado... Não fosse a lealdade e fidelidade do servo Urias que, em respeito aos seus compatriotas, seu rei e em honra a Deus, se recusa a desfrutar de descanso enquanto milhares de israelitas sofriam no campo de batalha. E o melhor: Urias dorme na entrada do palácio junto com os guardas que estavam em serviço! Uma maneira prática de demonstrar o quanto era leal ao seu rei.

Davi, todavia, fez nova tentativa. Em um banquete propositalmente montado com a intenção de embebedar Urias, o rei tenta tirar-lhe a sobriedade a fim de provocar sua “noite de descanso” com Bate-Seba. E mais uma vez não consegue. A lealdade, fidelidade, respeito e temor de Urias se mostram mais fortes que a embriaguez e, para surpresa de Davi, o hitita dorme mais uma vez com os guardas.

Após tentativas “amigáveis” de resolver o problema, Davi parte para uma drástica decisão. Envia uma carta por Urias a Joabe ordenando o chefe do Exército a colocar o hitita numa frente de batalha que fosse violenta o suficiente para lhe provocar a morte.

E assim foi feito. Como um cordeiro, Urias carrega em suas mãos sua própria sentença de morte e ao apresentar-se a Joabe recebe a missão de integrar uma frente de batalha que enfrentaria um desleal, perigoso e violento combate. Dias depois Davi recebe de um mensageiro um relatório de batalha que informa a morte de Urias e de outros soldados israelitas.

Após a leitura do relatório provavelmente o rei se alegrou. Imagino que pode ter pensado: “Agora que Urias é morto, vou me casar com sua esposa e o problema está resolvido. Já não há mais preocupações com adultério ou cobiça à mulher do próximo, afinal não existe mais ‘o próximo’ e, além disso, sendo Bate-Seba viúva não há nenhum impedimento para que se case novamente”.

Em meio a este possível torpe pensamento, Davi manda o mensageiro retornar a Joabe dizendo:

“Não fique preocupado com isso, pois a espada não escolhe a quem devorar. Reforce o ataque à cidade até destruí-la.”

Além do recado, Davi dá ao mensageiro uma incumbência especial: ENCORAJAR JOABE! Em outras palavras, retirar dele o peso da culpa de ter sido cúmplice do rei em um assassinato.

O rei pensa ter resolvido um problema. No entanto diz a Bíblia (no fim do capítulo) que “o que Davi fez desagradou ao Senhor”.

A tentativa de justificar o erro foi vista por Deus. E foi vista com reprovação e desagrado!

E quanto a nós? Quantas vezes não tentamos justificar o injustificável?

O aniversário de namoro (ou de casamento) esquecido, o compromisso faltado propositalmente, os impostos sonegados, as mentiras, o dízimo não entregue e gasto indevidamente, o adultério, a palavra impensada e agressiva que feriu alguém, a fofoca, a falta de interesse pelo Reino de Deus, a pouca (ou nenhuma) oração, a mirrada leitura bíblica...

Como Davi, tentamos inicialmente arrumar um álibi, uma desculpa. Se não conseguimos, tentamos santificar o erro “nos casando com a mulher com quem adulteramos, a qual é viúva do homem que matamos”.

Seduzidos pelo desejo de ocultar o pecado, vamos puxando um abismo após o outro, pois nosso desejo não é abandonar o erro, mas continuar a praticá-lo sem que ninguém nos descubra. Pra esconder a cobiça à mulher do vizinho a chamamos pra nosso palácio. Em desobediência a Deus que nos ordena fidelidade no casamento atraímos o abismo do adultério. E por tal ato de rebeldia à Palavra do Senhor atraímos um abismo homônimo e mais outro: o da feitiçaria (pois a rebeldia é como pecado de feitiçaria). Pra ocultar o adultério atraímos os abismos da hipocrisia, da bebedice, do abuso de poder e do assassinato. E quando percebemos estamos tão imergidos nos abismos que atraímos que somos capazes de sinicamente atribuir espiritualidade (ou acaso) aos nossos atos.

Davi, ao declarar a Joabe:“Não fique preocupado com isso, pois a espada não escolhe a quem devorar” - diz, nas entrelinhas: “Não fique triste, Joabe. Urias não morreu por nossa causa. Se o colocássemos na frente ou atrás da linha de batalha ele morreria do mesmo jeito. Afinal, a espada escolheu alcançá-lo. A morte escolheu recolhê-lo. Era o dia dele. Deus, que governa o tempo e a morte, quis assim.”

Davi tenta espiritualizar o seu pecado atribuindo ao destino (ou a Deus) a responsabilidade pela morte de Urias.

Quantas vezes erguemos nossas mãos agradecendo a Deus por passarmos ilesos na blitz sem que nossos documentos vencidos (ou ausentes) fossem descobertos. Louvamos ao Senhor pela “bem-aventurada cola” enviada para nossas mãos no momento “do vale da sombra da reprovação”(ou da prova final). Esquecemos o aniversário de casamento e colocamos a culpa no dia abençoado e corrido que tivemos. Não corrigimos nossos filhos, não saímos com as esposas, não temos tempo pra família sob o pretexto de fazermos a obra de Deus. Mas afinal, qual a obra que Deus quer que desempenhemos?

Se vivermos justificando o injustificável (isto é, acobertando nossas falhas e erros) chegaremos no fim do capítulo de nossas vidas e nos surpreenderemos ao nos depararmos com a seguinte revelação:

“Mas o que (seu nome) fez desagradou ao Senhor!”

Ao invés de acobertarmos nossos erros (ou espiritualizá-los), devemos confrontá-los, reconhecê-los, confessá-los e deixá-los.

Não devemos buscar justificar o injustificável, mas numa atitude de arrependimento devemos embasar nossa vida em quem pode REALMENTE nos JUSTIFICAR, o Senhor Jesus Cristo. Afinal, Está Escrito:

“O qual [Jesus Cristo] por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” Romanos 4:25

Que nesta verdade esteja nossa motivação e real justificação!

Que Deus,
em Cristo Jesus, nos abençoe poderosamente.

domingo, 7 de março de 2010

A OFERTA QUE DEUS DESEJA: EU! (Seja Tudo em mim)


Porque Dele e Por Ele e para Ele são Todas as coisas. Glória, pois a Ele eternamente. Amém” Rm 11:36

Quantas são as vezes que falamos de oferta e entrega na igreja? Estamos cheios de conhecimento sobre semeadura, dízimos, mas muitas vezes não conseguimos praticar estes princípios com o coração alegre e livre. Fazemos por obrigação, como se necessitássemos mostrar a nós mesmos que vivemos a liberalidade que a Bíblia nos ensina. No entanto, não fazemos com alegria e parece que as promessas advindas da lei da liberalidade não fazem efeito em nós. Somos transportados da falsa obediência para a culpa num piscar de olhos e sinceramente nos sentimos frustrados por não ver o agir de Deus em nossa vida financeira. No entanto esta dificuldade de entregar-se financeiramente com alegria reflete um sério problema em nós:
NÃO NOS ENTREGAMOS INTEGRALMENTE A DEUS!
Está escrito em João 12:24: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”.
Este texto é uma demonstração de como deve ser o nosso nível de entrega a Deus. A exemplo de Nosso Senhor Jesus não devem existir limitações em nós para o controle do Pai. Voluntariamente precisamos nos dispor a lançar-nos diante Dele abdicando de nossa própria vida e desejos para frutificarmos. Mateus 16:24-25 diz:

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”

Uma vida ensimesmada em objetivos pessoais, crescimento individual e acúmulo de tesouros desta terra pode nos levar a um grande erro: não liberar a potencial vida de Deus que está em nós. Assim como uma semente, possuímos vida em nós. Quando uma semente cai sobre a terra seus nutrientes são utilizados em prol da formação do broto que futuramente tornar-se-á uma árvore. Conosco é semelhante: liberar-nos do casulo do individualismo e avareza faz fluir a vida de Deus que há em nós resultando no desenvolvimento de nossa fé e na edificação da igreja. O apóstolo Pedro escreve dizendo:
“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo”. (2 Pe 3:18)

Este crescimento é fruto da Graça de Deus que opera em nós cotidianamente. Todavia não existe fluir de Graça sem comunhão com Deus e por sua vez, não existe comunhão se não nos dispusermos a sermos totalmente Dele, afinal Ele não nos divide com ninguém.

Por isto, precisamos entender que...

A MELHOR OFERTA QUE DAMOS A DEUS É A NOSSA ENTREGA ILIMITADA A ELE.

No Universo existe Deus, pessoas e coisas. Devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. Se cultuarmos a nós mesmos, iremos desprezar a Deus, amar as coisas e usar as pessoas, ou seja, inverteremos as prioridades de nossas vidas. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas (Mc 12:30). Ele deve ocupar o primeiro lugar em nossa vida, em nossa agenda e em nossos sonhos. Quando entendemos que Ele é nossa prioridade e que somos Sua propriedade, não existirá mais nada que nos prenda a este mundo. Deste ponto em diante compreendemos que tudo o que temos veio Dele e é para Ele. A partir daí que começamos a experimentar do que está Escrito em Mateus 6:33:

“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

O acrescentar começa quando nos desprendemos do mundo e priorizamos o Senhor e Seu Reino; quando entregamos nossas vidas é aí que verdadeiramente a ganhamos.
Quando nos entregamos inteiramente a Deus, ofertar passa a ser para nós uma satisfação, pois reproduzimos com o que temos exatamente o que somos: PROPRIEDADE DELE!

Deste momento em diante vivemos o que está escrito em Salmos 1 e 25:12-14.

Precisamos aprender que a qualidade de nossa oferta não está em quanto damos, mas em como damos (segundo nossa condição financeira). Assim como a intensidade de nossa vida como oferta não está em quanto tempo passamos na igreja, mas se vivemos com Ele e para Ele dentro e fora da igreja.

Precisamos desejar ardentemente sermos ofertas agradáveis a Deus.
Precisamos que tudo que somos e temos seja Dele.
Precisamos desejar que Ele seja Tudo para nós e em Nós.

Precisamos que nossa oferta de primícia a Deus seja a nossa vida, sem reservas. Nisto experimentaremos o que verdadeiramente é Vida Abundante, em todos os sentidos (inclusive nas finanças).

QUE VOCÊ SE ENTREGUE INTEIRAMENTE AO SENHOR E QUE ELE TE ABENÇOE PODEROSAMENTE!