terça-feira, 15 de junho de 2010

COMO TRANSFORMAR 40 DIAS EM 40 ANOS?

“E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto. Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o meu afastamento.” Nm 14:33-34

Muito de nós conhecemos em parte ou totalmente a narrativa bíblica do povo de Israel pelo deserto a caminho de Canaã. Não foram poucas às vezes em que durante a leitura destes fatos eu me vi indignado com a ingratidão e desobediência do povo hebreu. Diante deles operavam-se sinais, prodígios e maravilhas quase que diariamente: mar aberto ao meio, maná que caía do céu, “chuva” de carne de codorna, água pura escorrendo da rocha no meio de um deserto. O cenário perfeito para que corações ardessem de temor, tremor e paixão pelo Senhor, não é mesmo? (a resposta aparentemente é sim!)

Imagino que eu não deva ser o único a manifestar esta “indignação”, pois você, amigo leitor, também deve ter sentido o mesmo em alguns de seus momentos de reflexão bíblica.

Mas, e quando o dedo de acusação (chamado de “dedo em riste”) está apontado para o meio da “nossa cara”? Como nos comportamos quando somos os causadores do delito?

Sentimos-nos como Davi diante da história contada pelo profeta Natã: damos sentença de morte a ninguém menos que...
NÓS MESMOS!


A verdade é que quando contextualizamos a narrativa bíblica do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia) passamos a entender que em muitas circunstâncias de nossa vida cometemos erros similares aos de Israel. E este é o objetivo da reflexão de hoje, aprendermos com o erro alheio a fim de nos examinarmos.

No capítulo 14 do Livro de Números lemos o dia em que Deus sentencia a geração do povo israelita que havia sido retirada do Egito a permanecer 40 anos no deserto. A narrativa começa com a murmuração do povo, após a visita dos espias a terra que haveria de lhes ser entregue por Deus. Preocupados com a presença de gigantes em Canaã, 10 (dez) espias trouxeram a Moisés, Arão e a todo povo de Israel um relatório verbal extremamente negativo. Iniciaram seu discurso elogiando a terra e reconhecendo existir nela os atributos prometidos por Deus, todavia, após está introdução meramente retórica, deram ênfase à força dos habitantes que lá haviam dizendo, por este motivo, o que se expressa no versículo 21 do referido capítulo:

“Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.”
Nm 13:31

Em reação ao “
tristemunho” destes dez homens, todo o povo, exceto Moisés, Arão e mais dois espias chamados Josué e Calebe, passaram a murmurar, dizendo:

“Quem dera tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto! E por que o SENHOR nos traz a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: Constituamos um líder, e voltemos ao Egito.” Nm 14:2-4

A partir daí o texto descreve o discurso de Josué e Calebe em defesa da possessão da terra prometida. O contra-golpe do povo a narrativa apaixonada destes dois intrépidos espias foi à fúria e a intenção de apedrejá-los. Como resposta as palavras e atitudes rebeldes do povo, o Senhor Deus se manifesta por sua Glória no meio deles e diz:

“Até quando me provocará este povo? Até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio dele? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei; e te farei a ti povo maior e mais forte do que este.” Nm 14:11-12

Deste ponto em diante, Moisés inicia um oração intercessória que é sucedida por um “desabafo e sentença” de Deus a Israel, conforme se vê nos versículos introdutórios de nossa reflexão.

Percebemos que eles estavam próximos a terra e, portanto, prestes a se apossarem do que o Senhor lhes havia prometido. Contudo, sua atitude fez com que Deus lhes punisse com mais 40 anos de peregrinação no deserto, sendo que cada ano representaria 1(um) dia do tempo em que estiveram espiando a terra. E é com base nos versículo 33 e 34 do capítulo 14 de Números que te faço a seguinte pergunta:

VOCÊ PODE RETARDAR O TEMPO DO CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS DE DEUS EM SUA VIDA?

A resposta correta é...
SIM!

O próprio texto nos traz 5 erros (pontos negativos) que o povo de Israel cometeu que nos servem de exemplo de COMO POSTERGAR UMA BENÇÃO ou COMO TRANSFORMAR 40 DIAS EM 40 ANOS!

Os pontos negativos a observar são:

1) Não dê ouvidos a voz direcionadora de Deus
Deus havia lhes prometido não só a libertação do Egito, mas uma terra deleitosa que manaria leite e mel (Ex 3:17; Lv 20:24; Dt 11:9). Os olhos de todos os espias atestaram as características desta terra prometida servindo de testemunho (Nm 13:27), porém Israel não quis obedecer a direção que o Senhor lhes deu por boca de Josué e Calebe. Ao invéz de se apossarem, decidiram retroceder com medo.

E quanto a nós: quantas são as vezes que somos orientados pelo Senhor a fazermos algo, mas mesmo assim nos atrevemos a agir de forma contrária?
Nossa incredulidade endurece nosso coração e nos leva a desobediência. No entanto, devemos estar atentos ao que está escrito em Hebreus, capítulo 3, versículo 15:

“Se hoje ouvires a voz do Senhor Teu Deus, não endureçais os vossos corações, como na provocação.”

2) Não obedeça as autoridades constituídas sobre você
Não foram poucas as vezes que o povo se rebelou contra Moisés, Arão ou seus representantes. A rebelião de Corá (ou Coré, em algumas versões) é um triste exemplo do resultado de atitudes de desobediência. Números capítulo 16 narra que 250 (duzentos e cinquenta) homens de posição (isto é, autoridades) sob a liderança de Corá se levantaram contra os lideres da nação, Moisés e Arão. O resultado é o que se observa no versículo 32 do capítulo 16 de Números:

“E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Corá, e a todos os seus bens.”

Romanos 13:1 diz:

“Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.”

Obediência, submissão e honra são valores que devem fazer parte da vida de um genuíno cristão. A verdade é que se desejamos vida abundante, devemos aprender a praticar estes 3 valores (Rm 13:7; Ef 6).

3) Despreze e resista ao propósito de Deus para sua vida
Israel havia recebido de Deus uma terra que manava leite e mel (e liberdade) e, no entanto mesmo assim desejavam voltar a escravidão do Egito.

Muitas vezes o Senhor compartilha conosco um sonho Dele a nosso respeito e nós desprezamos por acreditar que nossos projetos são maiores e mais importantes. Abdicamos do ministério por uma carreira profissional bem sucedida, casamos com um descrente vivendo um jugo desigual, enfim, resistimos ou desprezamos a vontade de Deus pra nós.

O Profeta Jonas é o grande exemplo da resistência a um propósito de Deus. Circunstâncias adversas e uma série de intempéries o levaram a realizar a tarefa que lhe foi determinada.

No entanto, pergunto: Não seria mais fácil ter obedecido no começo?

Pensando na importância de seguirmos o propósito e ordenanças de Deus para nossas vidas é que o profeta Samuel afirma:

“Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender é melhor do que a gordura de carneiros.” 1 Sm 15:22b

4) Tente a Deus com declarações tolas ou petulantes
Israel afirmou de forma petulante que seus filhos morreriam no deserto (Nm 14:31). Na verdade o que eles insinuaram é que Deus não seria capaz de cuidar deles e da geração posterior, isto é, seus filhos. Suas declarações soberbas e tolas iraram o Senhor de tal maneira que Ele lhes afirmou que morreriam, mas seus filhos sobreviveriam para entrar na terra prometida (Nm 14:32).
Precisamos nos lembrar que temos um Deus que é Senhor, e não servo. Zombar ou tentar a Deus é algo que certamente resulta em severo prejuízo, pois como está escrito:

“Não tentarás ao Senhor, Teu Deus.”
Dt 6:16

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”
Gl 6:7

5) Murmure contra Deus
A murmuração é como um dedo em riste para Deus. É como se “cuspíssemos no prato que comemos”, sendo incapazes de enxergar sua mão sustentadora presente em nossa vida. Toda ação de murmuração é regida por um sentimento de ingratidão.

Como podemos ser ingratos ao Senhor, se Ele nos salvou da condenação eterna? Como não agradecer a Ele por todos os benefícios que nos tem feito? Como não reconhecê-lo em nossos caminhos se antes andávamos em trevas e agora somos Filhos da Luz?

A murmuração sem dúvida alguma nos afasta da Graça de Deus e abre portas para a destruição em nossas vidas.

Mas, como está escrito:

“Não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor.” 1Co 10:10


Após refletirmos sobre estes 5 pontos negativos, percebemos que a maior dificuldade de Deus não foi retirar o povo do Egito, mas retirar o Egito de DENTRO do povo. A consciência medíocre e secularizada do povo de Israel lhe impedia de viver o sobrenatural de Deus e desfrutar de seu cuidado no cotidiano.

Quando cometemos estes erros supracitados, nós postergarmos o cumprimento da promessa, pois o Senhor não realizará em nós nenhuma de Suas Obras antes de retirar de nós aquilo que Lhe desagrada. O Senhor deseja nos usar e abençoar, todavia antes Ele quer mudar nossa maneira de pensar e viver (Rm 12:2). Não podemos viver coisas celestiais com uma consciência mundana.

Desta maneira, precisamos entender que o caminho da benção e da conquista é a OBEDIÊNCIA ao Senhor e sua Palavra(Dt 28). Assim como Jesus sujeitou-se a autoridade do Pai cumprindo Sua vontade (Fp 2:5-11), nós devemos obedecer a vontade de Cristo, pois a obediência nos mantém no lugar certo:
O CENTRO DA VONTADE DE DEUS (isto é, junto a Ele)!

E neste lugar a boa, agradável e perfeita vontade do Senhor se concretiza em nós e a partir disto experimentaremos o melhor desta terra (Is 1:19) desfrutando de forma plena da Eternidade em Cristo que começa no dia em que abandonamos o mundo (Egito) e entregamos nossa vida totalmente a Jesus.


É NO ALTAR DO SENHOR QUE AS PROMESSAS SE CUMPREM NO TEMPO CERTO EM NOSSA VIDA.

Que Deus em Cristo Jesus te abençoe poderosamente!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O PECADO E SEU PODER SECRETO



“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”.

I João 3:4


“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”.

Mateus 24:12


“Pois já o poder secreto da injustiça opera”.

2 Ts 2:7


Convido você para uma reflexão profunda sobre os três versículos anteriormente citados.


Pra começar, pergunto: O que há de comum entre eles?


Ambos mencionam o pecado, ainda que indiretamente. No primeiro versículo vemos a palavra “pecado” aparecendo claramente junto da palavra “transgressão”. No segundo, observamos a palavra “iniqüidade”, a qual se refere a pecado. O terceiro fala sobre injustiça que também diz respeito a andar fora da justiça, isto é, defraudar a lei. A isto, conforme lemos no primeiro versículo, a Bíblia chama de pecado.


Paremos um pouco nossa seqüência de raciocínio.


Quero te fazer um pedido: como se estivéssemos em um daqueles programas de entrevista onde o apresentador diz uma palavra e rapidamente o entrevistado diz o que lhe vem à mente, você ouvirá uma pergunta e imediatamente me dará uma resposta (sem medo algum). Lá vai a pergunta:


Afinal de contas, o que é pecado?


Muitos quando pensam em pecado pensam em erros na área sexual, como prostituição e adultério, outros pensam em furto, roubo, assassinato, ódio, bebedice, inveja, brigas, mentiras, etc. Ainda há aqueles que gostam de fazer referência ao erro alheio dizendo que FULANO “caiu em pecado”. Falando nisto, o que você pensa quando ouve a frase “CAIR EM PECADO” (vamos repetir nosso jogo de pergunta/resposta)?


Quando ouço esta frase posso imaginar que o emissor da mensagem está se referindo a pecados sexuais. No entanto, é necessário enfatizar que não são apenas estas atitudes que se classificam como pecado.


As palavras “injustiça” ou “iniqüidade”, presentes nos 3 versículos que lemos no início, são traduções da palavra grega anomia (anomian). O Dicionário grego Thayuer define anomia como: “A condição de estar sem lei, por causa da ignorância dela ou sua violação”. Colocada numa forma simples, transgressão significa não se submeter a uma lei ou autoridade de Deus. O dicionário Vine diz que este versículo dá a “definição correta de pecado”. Vine afirma que “a definição de pecado estabelece seu caráter essencial como rejeição da lei, ou vontade de Deus, e a substituição da vontade própria”.


OU SEJA, PECADO É DESOBEDECER A PALAVRA DE DEUS (QUE É A LEI SOBRE NÓS) NÃO NOS SUBMETENDO À SUA AUTORIDADE.


O segundo versículo que lemos também traz outra palavra que merece especial análise. Trata-se da palavra AMOR que é a transliteração da palavra grega, ÁGAPE. Esta se refere a um amor plenamente perfeito e incondicional, isto é, o amor de Deus. Ela é encontrada apenas em textos onde temos clara menção do Amor do Senhor. Existem outras palavras gregas traduzidas como “amor” no Novo Testamento. Contudo todas se diferem do significado da palavra ÁGAPE. Um claro exemplo é a palavra PHILEO que conforme o dicionário Vine se distingue de ágape, pois seu significado faz referência a uma afeição tenra, isto é, um sentimento de amizade.


Unindo o que lemos no início sobre iniqüidade com as informações que obtivemos sobre o significado da palavra ÁGAPE, eu te convido para uma reflexão mais aprofundada do seguinte versículo:


“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”. Mateus 24:12


Este versículo é uma profecia sobre os últimos dias e costuma ser interpretado da seguinte maneira: “Aqueles que não conhecem a Cristo terão seus corações esfriados como conseqüência do pecado que cometem”.

Esta costuma ser sua interpretação, também? Se sim, tal texto é uma referência direta ao esfriamento dos corações descrentes (pessoas do mundo), certo?


Errado!


Quando tive a oportunidade de conhecer a origem grega das palavras deste texto, fui impactado por um grande questionamento:


Sendo ágape uma palavra exclusiva para a descrição do pleno amor Divino, como pode o Amor perfeito de Deus estar dentro do coração de pessoas que não o conhecem, sendo que a Bíblia diz que elas são inimigas de Deus (conforme se vê em Tiago 4:4 e 1 João 2:15)?


A verdade (e a resposta para a pergunta anterior) é que o amor de Deus (ágape) não pode estar no coração destas pessoas, pois as tais não nasceram de Novo, logo não possuem nelas o Espírito Santo que derrama dentro de nós este perfeito amor (Rm 5:5). Assim sendo, podemos concluir que o texto não se refere a elas, mas a todos os que receberam este amor em seus corações, isto é, os que nasceram de novo e são chamados de pequenos cristos (ou simplesmente, cristãos)!


Isso mesmo: O TEXTO FALA DE NÓS!


Este versículo é uma revelação do que acontecerá com a geração cristã dos últimos dias. Pessoas se afastarão do Senhor por tornarem-se frias e isto acontecerá sem que notem, pois estão sendo vítimas do poder secreto do pecado: O ENGANO.


Os vitimados pelo ENGANO pecam e acham que não estão em pecado, porque posuem uma visão distorcida do que é o pecado.


É importante que em nossos corações fique clara a seguinte verdade:


UMA VIDA FORA DA VONTADE DE DEUS É PECADO!

TUDO QUE DESAGRADA AO SENHOR OU VAI CONTRA A AUTORIDADE DE SUA PALAVRA É PECADO!


Desta maneira, se recapitularmos o que aprendemos até aqui chegaremos a conclusão de que precisamos estar atentos para percebermos em que momentos de nossas vidas estamos transgredindo, isto é, não estamos nos submetendo a autoridade de Deus, substituindo sua vontade pela nossa.


Devemos viver nossa vida conforme Deuteronômio 11:1, que diz:

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, os seus estatutos, os seus preceitos e os seus mandamentos,

por todos os dias.


Finalmente, devemos sempre nos lembrar que...


OBEDECER AO REI É O SERVIÇO MARAVILHOSO QUE PRECISAMOS EXERCER COMO SERVOS!


AMEMOS AO SENHOR, NOS SUBMETAMOS A ELE, ABANDONEMOS O PECADO E JAMAIS SEREMOS VÍTIMAS DO ENGANO!


Que o Amável Deus te abençoe poderosamente!