terça-feira, 31 de agosto de 2010

O MINISTÉRIO DE SAMUEL NOS DIAS ATUAIS


"Quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme".

Provérbios 29.2


Personagens espalhados na sala. Todos sentados em redor de um senhor de longa, grisalha e arredondada barba. Com sua túnica empoeirada pela longa caminhada, transmitia certa apreensão, pois, todos sabiam, Palavras vindas de Deus estavam em sua boca e em suas mãos um chifre com um conteúdo que simbolicamente podia mudar o destino de uma nação inteira.


O patriarca da família, de nome Jessé, amedrontado e consciente da importância do momento, o recebera nas ruas da cidade com a seguinte pergunta:


“É de paz a tua vinda?”


Em linguagem comum, podemos dizer que fora dito:


“E aí, vc veio de boa ou tem alguma notícia ruím?”


A notícia era boa e o momento incrivelmente maravilhoso.


O visitante ilustre e inicialmente temido pede para ir até a casa de Jessé. Uma vez dentro da casa do patriarca, solicitou que seus filhos se apresentassem. O senhor de grisalha barba era conhecido de todos: nada mais, nada menos que o Juiz e Profeta Samuel. Este trazia consigo um chifre de azeite e uma grande responsabilidade: ungir, isto é, eleger, o novo Rei de Israel. Pensava consigo mesmo: a quem deverei ungir?


Passeavam brevemente diante dele os candidatos que nem sabiam que eram candidatos (afinal não sonhavam que estavam inseridos num contexto eleitoral). Por um momento chegou a pensar que o mais forte poderia ser o escolhido. No entanto, uma Voz poderosa, viva e clara ressoa em seu coração:


“Samuel, Samuel. O homem vê o exterior, mas eu vejo o coração...”


Naquele instante ficara claro para Samuel dois grandes ensinamentos:


1) Os parâmetros dos homens não são os de Deus;


2) O chifre de azeite que ungiria o novo rei fora posto em suas mãos, mas a palavra final sairia da boca de Deus.


Unindo os dois conceitos chegamos à seguinte conclusão:


Samuel nas mãos de Deus + azeite de Deus nas mãos de Samuel = Unção vinda de Deus através de Samuel


O final desta história todos conhecemos (1 Samuel 16).


No entanto não percebemos o quanto esta história tem em comum conosco.


Somos Sacerdotes do Deus Vivo carregando em nosso coração a Viva e Eficaz Palavra de Deus. Representamos o Senhor na terra apregoando Sua Salvação, Seu Reino e Justiça.


E temos em nossas mãos, num sistema chamado de DEMOCRÁTICO, o poder de eleger pessoas pra governarem sobre nós definindo o futuro de nossa nação.


Quero ser o mais objetivo possível deste ponto em diante:


Estamos no período eleitoral e será que temos consciência da importância deste momento?


Abstemos-nos dizendo que “odiamos política”, mas será que não temos sido tolos ao fazer tal declaração? Como viver em sociedade sem participar das decisões que afetam tanto a nós quanto aos nossos semelhantes?

Será que não estamos enojados com a “coisa errada”?


A verdade é que temos nojo da politicagem, isto é, das negociatas, dos discursos cheios de hipocrisia, do jogo de interesses, da injustiça e corrupção, da briga partidária por cargos. Isto nada tem a ver com política.


Política é a construção coletiva do bem comum, isto é, o trabalho conjunto em prol de uma sociedade mais justa.


Como podemos nos abster de política se somos os mensageiros do Reino e Justiça de Deus? A atitude de Samuel de ungir Davi foi algo político orientado por Deus. O Senhor estava empossando um homem segundo o Seu coração para governar sobre o povo a fim de trazer um novo tempo a Israel.


O Deus da Justiça deu a Samuel autoridade para ungir um justo. E ele não se omitiu de sua responsabilidade. Ele poderia ter dito a Deus:

Senhor, eu sou profeta. O que então tenho a ver com esse negócio de reino, de política?

A resposta:


“Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.” Romanos 13:1


Ou seja, política é um assunto espiritual. E Deus nos dá na democracia a autoridade para realizarmos a “unção de eleição” de nossos líderes.


No entanto, quantos de nós não nos omitimos ou vendemos esta unção em troca de um cargo, um emprego, um saco de cimento, uma ajuda financeira...


Pegamos o chifre de azeite que está em nossas mãos, mas que na verdade pertence a Deus, e o vendemos.


Somos mensageiros da Justiça (e do Deus Justo) praticando injustiça. E quando confrontados, dizemos: mas quem não faz isto?


Sim, utilizamos parâmetros humanos na escolha e sentimos em nossa própria pele as conseqüências: desigualdade social, fome, insegurança, educação precária, saúde deficiente, etc.


Aí, em nossas rodas de debate, acusamos os “nossos eleitos” de serem injustos. Mas, quem é mais injusto:


Eles que, iludidos por este mundo que jaz no Maligno, agem de forma corrupta?


Ou nós que, conhecedores da Verdade e Justiça de Deus, ainda assim praticamos o que é vergonhoso e incorreto?


A verdade é que tanto eles quanto nós somos injustos. Mas certamente nossa responsabilidade é bem maior!


Sobre nós está a responsabilidade que estava nos ombros de Samuel. Ele cumpriu cabalmente o seu papel entendendo que o chifre de azeite que ungiria o novo rei fora posto em suas mãos, mas a palavra final sairia da boca de Deus.


Precisamos buscar a orientação do Senhor para realizarmos a escolha certa. Nossos parâmetros devem ser celestiais, afinal temos em nós a natureza de Deus e O representamos nesta terra.


Não devemos nos deixar contaminar por este sistema corrupto que a todos quer engolir.


Como foi citado anteriormente:


Samuel nas mãos de Deus + azeite de Deus nas mãos de Samuel = Unção vinda de Deus através de Samuel


OU SEJA...


VOCÊ E EU nas mãos de Deus + AZEITE DE DEUS em nossas mãos = DECISÃO DE DEUS ATRAVÉS DE NÓS


Que o Senhor Deus nos direcione, guie e oriente para que nossa decisão seja a melhor manifestando o que é justo e agradável ao Seu Coração.

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